Alemanha e EUA acalmam temores de interrupção do tráfego aéreo civil antes de exercícios maciços

BERLIM (Reuters) - O maior exercício aéreo da história da Otan, envolvendo 25 nações e 250 aeronaves em junho, causará apenas pequenas interrupções no tráfego aéreo civil na Europa, disseram Alemanha e Estados Unidos nesta quarta-feira.

“Prevemos interrupções mínimas no fluxo de companhias aéreas civis”, disse Michael Loh, diretor da Guarda Aérea Nacional dos EUA, em uma coletiva de imprensa em Berlim antes dos exercícios do Air Defender 2023 liderados pela Alemanha, de 12 a 23 de junho.

O chefe da Aeronáutica alemã, Ingo Gerhartz, disse que a maioria dos cerca de 2.000 voos será realizada sobre o Mar do Norte e o Mar Báltico, e que todos os esforços foram feitos para reduzir as interrupções no tráfego aéreo civil.

Ele disse que espera não ver nenhum cancelamento de voos e que qualquer atraso seja limitado a apenas alguns minutos.

"Se queremos demonstrar que estamos prontos para defender este país e esta aliança, temos que aceitar isso", observou Gerhartz. "Você não ganha segurança de graça."

Quase 10.000 militares devem participar do exercício que irá, entre outros exercícios, treinar como mover rapidamente reforços aéreos para a Alemanha em caso de conflito com a Rússia.

Devido à sua localização no centro da Europa, a Alemanha forneceria um importante centro logístico e área de preparação para a OTAN em tal cenário. Mesmo em tempos de paz, abriga mais de 35.000 soldados americanos.

Os exercícios se concentrarão em bases aéreas na Alemanha, mas também envolverão locais na Holanda e na República Tcheca. Os EUA enviarão cerca de 100 aeronaves para a Europa, com sua Guarda Aérea Nacional de reserva fornecendo a maioria delas.

Gerhartz disse que não esperava qualquer aumento da atividade militar russa em resposta aos exercícios, pois eles foram projetados para serem defensivos.

"Estamos demonstrando que o território da Otan é uma linha vermelha e que estamos preparados para defender cada centímetro deste território - mas não realizaremos nenhum voo em direção a Kaliningrado", disse ele.

(Reportagem de Sabine Siebold; Edição de Miranda Murray e Sriraj Kalluvila)